A robustez do PIB no terceiro trimestre era tão previsível quanto a pirotecnia que o governo federal promoveu em torno do resultado, foram notícia em todos os telejornais do último dia 03 quando os números do PIB de outubro foram divulgados. O crescimento de 0,9% ante o segundo trimestre foi um décimo acima da estimativa.
Depois do anúncio do PIB, o dólar continuou acima da cotação histórica de R$ 6; o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, ensaiou uma alta, mas logo caiu; a atração do capital estrangeiro também não tem acontecido. Numa economia pujante, é natural que informes positivos de imediato valorizem ativos, melhorem perspectivas e até atraiam novos investidores.
Os dados apurados pelo IBGE mostram que o consumo do governo opera no maior patamar da série histórica, enquanto o das famílias avança também de forma surpreendente: 5,5% maior ante o terceiro trimestre de 2023.
Programas governamentais são os principais responsáveis pela alta do consumo das famílias brasileiras, que voltaram a comprar. A melhora do mercado de trabalho, com taxa de desemprego em 6,2%, também contribui, assim como o reajuste do salário-mínimo acima da inflação.
O retrato instantâneo do PIB, com valor de R$ 3 trilhões e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, é bom. Para este ano as apostas superam os 3,2% (revisados a cada trimestre) de 2023, insuficiente para sustentar um crescimento econômico entre 3% e 4% ao ano de forma mais consistente.
O Brasil precisa crescer em torno de mais de 4% por décadas para alcançar um bom patamar de desenvolvimento e, para isso, o consenso entre economistas é que a taxa de investimento se situe em torno de 25% ao ano. O País precisa equilibrar suas contas para conseguir crescer com sustentabilidade, sem retrocessos. Para isso precisa de uma política fiscal mais efetiva e que seja apoiada pela câmara e pelo senado.