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As redes sociais são plataformas ideais para os brasileiros exercerem a crítica de forma irreverente e criativa. Recentemente, uma proliferação de memes do Taxadd, personagem folclórico criado para ironizar o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inundou a internet. Há todo tipo de paródia. Taxadd estrelou filmes como “Taxando o pobre adoidado” e “Taxe-me se for capaz” além de músicas como “Brincadeira de cobrança”. O ministro apareceu, também, num telão na Times Square como o herói “Taxa Humana”. Os trocadilhos jocosos com o Haddad representam uma mudança importante na realidade política do país: o brasileiro finalmente está percebendo o quanto paga de impostos – e não está satisfeito.

A atenção dada à cobrança de impostos é uma novidade recente no debate público brasileiro. Numa pesquisa nacional realizada pela Fecomercio, em 2014, 24,5% dos brasileiros não sabia que pagava qualquer imposto no seu dia a dia. A alta carga tributária do país fica oculta no consumo, e boa parte da população acreditava que, por estar isenta de Imposto de Renda, não estava sendo tributada. A realidade é exatamente o contrário: nosso sistema tributário regressivo faz com que, proporcionalmente, os mais pobres sejam mais tributados. Não faltam exemplos de tributos e taxas criadas ou revividas pelo governo, que afetam diretamente o bolso do cidadão. Para citar: o imposto sobre as “blusinhas” compradas em sites como Shein e Shopee; o retorno do CIDE e do Pis/Cofins nos combustíveis; a volta do DPVAT (imposto disfarçado de seguro obrigatório), já a partir de 2025.